Traços da solidão.

Vê-la partir foi como ter meu coração arrancado por uma mão grosseira e a flor da pele, todos os meus nervos ficaram contraídos, meu corpo paralisado e a minha alma simplesmente morreu. Passavam lembranças diante dos meus olhos, vinha em minha mente musicas que gostávamos de cantar, lugares, paisagens, e em frações de segundos minha visão ficou turva, minha boca ressecada, comecei a tremer, lá fora, o vento frio começava a penetrar no meu quarto e envolvia meu corpo numa dança mórbida e nostálgica, naquele instante não conseguia raciocinar nem abrir a boca para lhe chamar, uma lágrima caiu, depois outra e quando vi não conseguia parar, lágrimas pesadas, no meu pensar, lágrimas de sangue. Depois de alguns minutos conseguir reagir e tomar posse do meu corpo e da minha mente. Ainda sem saber o que iria fazer dali pra frente, fiquei sentada no chão frio, tinha uma estranha sensação que as lembranças iam me atormentar, que vozes iriam me enlouquecer e que a solidão e a morbidez iriam me perseguir até o meu ultimo suspiro.”